quarta-feira, 22 de junho de 2011

A saudade que fica...e um pedacinho de mim que se vai...

Esse post é diferente. É um texto de homenagem, de desabafo, de saudade. Um texto de despedida e de esperança que seja de até logo. Voltando hoje do trabalho, fiquei pensando que a gente morre também um pouco junto com quem se vai. Pelo menos é assim que estou me sentindo: um pedacinho de mim foi embora. E somado com os pedacinhos de mim que já se foram com outras grandes perdas da minha vida, já tenho um buracão aqui dentro... Primeiro minha mãe - a primeira e mais forte dor de todas. Depois minha bisa. Depois a vovó. Agora a Titia Zenaide. Engraçado como fui perdendo, uma a uma, as diferentes referências femininas que me formaram. E foi todo o amor delas por mim, gigantesco, que me ajudou a continuar. Espero que meu amor por elas tenha as acompanhado onde quer que elas estejam. Mas esses pedaços que ficam faltando doem demais. Ninguém consegue substituir.
Achei aqui em casa umas fotos minhas com a Tia Zenaide num restaurante chamado Capitania dos Copos. Lembro o quanto ela gostou e é essa imagem dela que quero ter colada na minha memória. A titia Zenaide sorridente, com a voz meio rouca, que sempre me dava uns santinhos para me proteger e que eu guardo sempre na carteira. A Tia Zenaide moderna, independente para sua época, que saiu de Friburgo e trouxe todos os irmãos para o Rio de Janeiro. Que viajou 3 meses pela Europa...e isso foi há muuuiiito tempo atrás. Que ia lá em casa cozinhar todo sábado até quando pode. A Tia Zenaide que fazia musculação e hidroginástica e passava seus cremes...era tão vaidosa! A Tia Zenaide que guardou meus desenhos e o de todos os sobrinhos - guardou também o texto da missa da minha primeira comunhão. A Tia Zenaide que sempre ajudou todo mundo a vida toda e que acabou deixando a dela em segundo plano. A casa da Tia Zenaide onde eu ficava procurando os azulejos que estavam de cabeça para baixo e onde lembro de comer o melhor feijão com macarrão da minha infância. Era lá também que eu me escondia no armário brincando de pique esconde com meus primos.
Tia Zenaide...feliz, feliz...
E agora fica esse buraco pois ela não está mais aqui, nem vai estar mais. E agora o que fazer é rezar para que ela esteja bem, respirando sem aquela asma que a acompanhou até o fim. E esperar até o dia em que eu possa recuperar esses pedaços de mim que foram embora. Mamãe, Vó Maria, Vó Judith e Tia Zenaide: guardem meus pedacinhos por aí que um dia eu chego para pegá-los de volta!

Eu e Tia Zenaide. Que saudade!