terça-feira, 1 de maio de 2012

Midall in Paris

Para ler este post, sugiro o fazer com trilha sonora... Pode ser esta, esta ou esta....

Demorou mais de 10 anos além do planejado para que eu chegasse, finalmente, aos pés da Torre Eiffel. Lembro que logo após a formatura da faculdade, eu e meus amigos mais próximos fizemos um pacto: iríamos juntos no ano 2000 para Paris. É claro que isso nunca aconteceu, a maioria foi antes de mim, imagino. Então, ao invés do ano 2000, o sonho se concretizou em 2012.

Ano passado, ao assisitir ao filme do Woody Allen, Midnight in Paris, meu desejo se tornou praticamente insuportável. O filme por si só é uma delícia. Com esse cenário, então, Mon Dieu!

Aliás, o filme merece ser visto diversas vezes. Curti ainda mais após a viagem e me senti um pouco como o Gil, tendo ido aos mesmos lugares que o Hemingway, tendo encontrado o Matisse e o Picasso (no Centre Pompidou), o Degas (no Museu D'orsay) e o Dali (no Espace Dali), ter almoçado junto com Fitzgerald (no La Closerie des Lilas). Também encontrei com o Gil na saída da livraria Shakespeare & Co e assisti a chegada do carro à meia noite na Rue Montagne St. Genevieve (outras dicas dos locais que aparecem no filme eu encontrei nesse site).

Shakespeare & Co

Momento mágico: esperando pelo carro...
Claro, a emoção de conhecer o Champs Elysees, o Arco do Triunfo, o Jardim de Luxemburgo, o Pantheon,  ver frente a frente a Monalisa no Louvre e até a ponte cheia de cadeados... enfim, tudo é muito cheio de magia e emoção nessa cidade que inspira e faz a gente querer voltar sempre. Espero que esta tenha sido a primeira de muitas.

Porémtodaviacontudo, o que quero mesmo aqui é compartilhar os pontos gastronômicos da Cidade Luz.  Dica número 1: uma bela aquisição para quem vai a Paris é comprar o guia: "Bistrôs Paris: onde comer bem, bacana e barato", do Alex Herzog, Editora Mauad. Eis minhas experiências, com os ups and downs e algumas fotos das delicinhas que fizeram nossa alegria:

  1. Le Procope. A comida é honesta, mas acredito que a visita vale mesmo pela importância histórica: primeiro restaurante de Paris, fundado em 1686, frequentado por nada mais, nada menos que Rousseau, Voltaire, entre outros. Lá também foi ponto de encontro para o planejamento da Revolução Francesa. Precisa dizer mais? É História da Humanidade pura.  Endereço: 13 Rue de L'Ancienne Comedie /  http://www.procope.com
  2. La Creperie des Canettes. Fomos num domingo e demos com a cara na porta. Estava fechado. Mas insistimos e voltamos no dia do nosso retorno ao Brasil. Um dos melhores crepes que já comi na vida, acompanhado de cidra (essa parte eu poderia dispensar, mas tradição é tradição).   Endereço: 10 Rue des Canettes /  http://www.creperiedescanettes.fr
  3. J'Go: foi nossa primeira parada. Localizado no mercado de Saint-German, tem uma decoração também bacana, com mesas altas e atendimento impecável. ficamos em dúvida sobre um dos pratos do cardápio e o chef veio pessoalmente nos explicar, descrevendo inclusive a maneira pela qual o quitute era feito.  Endereço: Rue Clément - Marche Sait Germain /  http://www.lejgo.com
  4. Les Fous de L'lle. Fica na simpática e charmosa Ile de Saint-Louis. A decoração é toda com o tema relacionado a galinhas e o cardápio é para comer rezando. Foi um dos pontos altos e certamente voltaremos para experimentar outros itens do cardápio...  Endereço: 33 Rue des Deux Ponts /  http://www.lesfousdelile.com
  5.  Jardin du Luxembourg (Pavillon de la Fontaine). Nesse caso, last é least. O omelete até que é bem gostosinho, assim como o quiche, mas achei demasiadamente caro para o que oferece. Um suco micro por 5 euros. Pardon? Preferi muito mais o dia em que compramos um bom e recheado sanduba na baguete e sentamos numas cadeirinhas ao sol, junto com dezenas de outros franceses que aproveitavam a hora do almoço para relaxar, comer e conversar.  Endereço: 15 Rue de Vauginard - Jardin du Luxembourg
  6. Café L'Imprimerie. Foi um almoço nada parisiense, embora fossemos os únicos turistas no restaurante. Digo isso por conta da nossa seleção de pratos, mas que cumpriram com louvor sua função: restaurar nossas energias após a saída do Louvre debaixo de muita chuva e vento.  Endereço: 29 Rue Coquilliere
  7. Chez Paul. Era nossa última noite em Paris antes de rodar pela Europa, então a gente queria um lugar bem bacana. Fomos nessa dica de um amigo e nos demos mal. O restaurante estava lotado e minha sensação é que era uma espécie de Parmê da cidade: um barulho ensurdecedor de pessoas falando e isso por si só já me dá nos nervos. Depois escolhemos um terrine que achei muito sem graça. Foi a senha: L'addition, s'ilvous plait? Endereço: 13 Rue de Charonne /  http://www.chezpaul.com
  8. La Closerie des Lilas. Paramos aqui somente para um breve lanche, embora o almoço me pareça ser delicioso. De acordo com o guia da Folha de São Paulo "Lenin, Trotsky, Hemingway e Scott Fitzgerald frequentaram quase todos os bares de Montparnasse, mas a Closerie era o preferido. Grande parte do romance de Hemingway 'O Sol também se Levanta' se passa lá, e foi escrito no terraço em apenas seis semanas." Poderia ser mais Midnight in Paris? Poderia eu não ter estado lá? Endereço: 171 Blvd du Montparnasse / www.closeriedeslilas.fr
  9. Le Florimond. Deixamos para nosso último jantar em Paris este pequeno bistrô. Precisa reservar com antecedência pois é tão pequenino que está sempre cheio. O ambiente não é hiper sofisticado, mas o serviço e a comida superam qualquer porém. Como não falamos francês, o garçom veio explicar item a item todo o cardápio e, no final, o chef vem ao salão conversar de mesa em mesa e saber o que achamos, cumprimentar os clientes a agradecer pela visita. Fechamos nossa primeira estadia em Paris com chave de ouro! Endereço:  19 Avenue de la Motte-Picquet / http://www.leflorimond.com
Peixinho do le Procope

Crepe DI-VI-NO da La Creperie des Canettes 
Petiscos do J'Go
Entrada no Le Fous de L'lle
Café L'Imprimerie
Confit de cuisse de canard de Corrèze, pommes de terre miettes - Le Florimond


Foi informação demais? E olha que não coloquei todos os locais nos quais fizemos uma boa refeição... Nem falei dos vinhos e um ou dois pubs que conhecemos. Acho que com o guia debaixo do braço e bastante disposição para bater perna pelas ruas da cidade, muitas descobertas podem ser feitas. E não precisa ser meia-noite, nem meio-dia, nem meia-hora. Qualquer hora é hora para se conhecer essa cidade. E, para finalizar com uma pequena confissão, segue o trecho de um vídeo que fizemos ao passear a noite de barco pelo Rio Sena. Esse foi o momento exato pelo qual me apaixonei pela cidade. E tem como não se apaixonar?


http://www.youtube.com/watch?v=Mz0RBUDQ5B4&feature=youtu.be




Um comentário:

  1. Bienvenue au Club. Sua alma foi capturada, talvez sejam os monstrinhos da porta da Notre Dame ou o vento da beira do Senna, a água turva das torneiras, sei lá. A verdade é que vc. assumiu um risco ao se paixonar...Terás que retornar. Paris est classé hors concours. La ville est magnifique et les différentes petites excursions que l'on peut faire autour de la ville sont extraordinaires.

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