21/09/2013: uma noite memorável. E olha que eu nem estava pensando em ir ao Rock in Rio. Exceto pelo show do Bruce Springsteen, nada chamava minha atenção. Parênteses: depois eu fiquei sabendo que o show do Bruce havia sido eleito pela revista Rolling Stones como um dos 50 melhores shows da atualidade. Detalhe: ele é o número 1 do ranking! Nota mental: ler com regularidade a Rolling Stones.
Fonte: Revista Rolling Stones. "50 Greatest Live Acts Right Now" http://www.rollingstone.com/music/news/50-greatest-live-acts-right-now-20130731 |
Fecha parênteses. Tudo bem, tinha o Muse que era promessa, mas esse show eu já tinha assistido (e amado, btw) em Barcelona 3 meses atrás. No entanto, para minha sorte (e eu só saberia disso depois), um casal de amigos desistiu de ir no RiR no sábado e anunciou no Facebook. Meia entrada, justamente para o dia do Bruce. Tô dentro! Quem sabe não consigo uma dose de música que me dê aquela onda de novo?
E lá fomos nós, tênis no pé e pouca disposição na alma, para o festival #detudoumpoucoepoucorock. Mas vale pelo evento, pelo clima de festa, pelo astral, etc e tal, pensei. E quem sabe ainda dou sorte?
Chegamos já no fim do show do Skank e perdemos a queima de fogos da abertura do Palco Mundo. Encontramos uns amigos e conversamos mais que qualquer coisa durante a apresentação do Gogol Bordello. Em seguida, o tal Phipip Philips que, soube por comentários por lá, tinha ganhado o American Idol ou algo que o valha. Honesto, lembrou muito o meu amado Dave Mathews, mas precisa de muita estrada. E voltamos para o palco Sunset para assistir Lenine. Meia hora de show e começa o tão famoso John Mayer. Aclamado, idolatrado, cantado em verso e prosa. Preciso conhecer esse cara, concluí imediatamente. Deve ser o show que estava esperando. Esperei uma música, duas, três, dez. Mulheres choravam e cantavam todas as letras. E choravam mais. E gritavam. Parecia um show do Menudo. E eu esperando que aquele show acontecesse. Nada. Nada da onda.
Quase perdendo as esperanças, lembrei do show de 2011 quando o Stevie Wonder colocou todo mundo no chinelo e me fez chorar. Então, aguardei o vovô Bruce que entraria no palco depois da meia-noite para mostrar como é que se faz.
O show começou com Sociedade Alternativa, do Raul Seixas. Não trata-se da melhor música do mundo, mas ele já surpreendeu a todos, mostrou respeito pelo público cantando em Português, mostrou que fez seu dever de casa e preparou uma música especialmente para nós, brazucas. Falou frases em Português e cantou, correu, dançou por quase três horas. Só parou porque a organização do festival disparou os fogos de encerramento.
Estava lá a dose maciça que eu precisava. Foi na veia. Foi certeiro. Foi mortal. A sensação é assim, de estar flutuando, de uma alegria genuína que é compartilhada por todos que estão ali, que cantam e dançam juntos. E choram juntos de emoção. Todas as idades, velhos, jovens, casais, crianças. A energia é leve, flui por entre a platéia, que vira um grande baile. Batemos palmas, sacudimos os braços e reverenciamos esse mega artista e sua genial E Street Band. Todos cantam juntos e sabem que aquele momento vai ficar para sempre na nossa memória.
É disso que eu estou falando: http://www.youtube.com/watch?v=wMI4INNitSc
E disso tudo:
E mais nada.
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