quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Sempre dia 8...todo dia é dia 8...

Nosso aniversário de namoro é dia 8 de janeiro. Como nunca casamos oficialmente, sempre comemoramos o dia em que começamos a namorar. Acho isso ótimo pois na verdade ainda namoramos até hoje (6 anos e 1 mês depois daquela 6a feira...) e namorar estando casada é o melhor dos mundos!

Então lá fomos nós, continuando nossa árdua tarefa de conhecer sempre lugares novos, evitar repetir os programas - especialmente dia 8! A idéia inicial era ir no Gril 360°, um restaurante que fica no último andar do Hotel Everest, em Ipanema. Não rolou. Chegamos lá e nos deparamos com um restaurante meio decadente, uma decoração de comida a quilo, iluminação nada agradável...enfim... O lugar perfeito para jantar caso eu estivesse hospedada naquele hotel, a trabalho, e tivesse acabado de chegar de uma longa jornada de labuta. Esse não era absolutamente o caso.

Como eu tinha lido recentemente na internet sobre um restaurante, também em Ipanema, chamado Restô, essa foi a sugestão.. e lá fomos nós! O endereço é Rua Joana Angélica 184 (esquina com a Nascimento Silva).
Chegamos e o restaurante estava cheio e fomos acomodados no bar. Em seguida, vagou um lugarzinho em um sofá gostoso e para lá fomos nós, estudar o cardápio. Este, por sua vez, já começou a me intrigar logo de cara. O seguinte texto está na primeira página do cardápio:


Crônicas de gastronomia
portuguesa
"Um longo caminho foi percorrido desde que o primeiro antepassado, de cócoras e testunho franzido, teve o lampejo de submeter a vianda abatida a sílex à carícia fulgente da chama, até à alta escola duma lebre à la royale ou, puxando a brasa ao nosso fogão, duma perdiz à Convento de Alcântara.
Dezenas de milhar de anos separam, com efeito, as noções de nutrir-comer, fome-apetite, necessidade-prazer, alimentação-gastronomia. É a passagem da biologia à história, a transição do reino da necessidade para o da liberdade. 
Não vem ao caso fazer-se a narração destes eventos, bastando recordar que o nascimento da culinária, isto é, a arte de transformar os elementos/alimentos em iguarias e o seu desenvolvimento progressivo até dar origem à gastronomia, representam momentos da mais elevada transcendência na evolução do homem e no seu gradual domínio sobre a natureza."


Pesquisei  e descobri de onde saiu esse texto: Livro de Bem Comer, de José Quitério. Escrito em Português de Portugal...e faz pensar (não mais de 2 segundos) para entender  que ele quer dizer... Esse texto já dava a dica da importância e o cuidado, a dedicação e o pensamento empenhados nos pratos da casa... isso ainda estava por vir...

Mojito Royal
Pedimos drinks - o meu foi um Mojito Royal (rum, espumante, limão e hortelã). Delícia! Como não bebo muito, rendeu a noite toda, sendo delicadamente saboreado... Senhor MM pediu um Manhatan e outros dois que eu não lembro o nome... falha minha! De entrada, tivemos um Cogumelo com pimentões e mini rúcula...show de bola! É para ficar com água na boca! 
O cardápio é cheio de opções de petiscos, entradas, saladas, sanduíches, pratos infantis, drinks, vinhos, etc e tal. Serve para agradar aos mais diversos gostos e preferências.


O pato pateta... pintou o caneco!
Passando para o prato principal, escolhi um pato com cogumelos com purê de maça e umas batatinhas e o MM foi de peixe (robalo). A gente mal conseguiu falar durante esse momento:  ficou ali saboreando e pensando como é bom poder ir nesses lugares, como aquele ambiente, aquela música, aquela comida e, principalmente, a companhia um do outro faz bem para a alma... Quando dei por mim o restaurante estava praticamente vazio e aproveitei para tirar umas fotinhos para colocar aqui para vocês:



Ah! No segundo andar tem um espaço super bacana com uns sofás, ideal para reunir um grupo de amigos e ficar lá, confortavelmente jogando conversa fora, bebericando, beliscando e deixando o tempo  passar bem devagar.


Voltamos para casa satisfeitos com a escolha, com a noite, com a vida e sempre celebrando a chance de fazer parte da estória um do outro. Seja na nossa casa, no meio-fio de um botequim, no Restô ou em qualquer lugar do mundo... minha melhor escolha foi ter o MM ao meu lado! Na minha versão, para você MM:


"Um longo caminho foi percorrido desde que eu tive o lampejo de submeter meus ouvidos carentes, à batida fulgente dos tambores do Monobloco, até à alta escola duma ave anseriforme da família dos anatídeos no Restô ou, puxando a brasa para o meu fogão Electrolux, duma massa com brócolis e atum.
Dezenas de milhar de segundos separam, com efeito, as noções de alegria-pura felicidade, gostar-amar, estar-ser, fazer-construir. É a passagem da biologia à história, a transição do reino da necessidade para o da enorme necessidade de estar junto."


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